• Mesas redondas

    Mesa redonda
    Quarta Revolução e Internacionalização Industrial

    “A Quarta Revolução Industrial” é diferente de tudo o que a humanidade já experimentou. Novas tecnologias estão fundindo os mundos físico, digital e biológico de forma a criar grandes promessas e possíveis perigos. A velocidade, a amplitude e a profundidade desta revolução estão nos forçando a repensar como os países se desenvolvem, como as organizações criam valor e o que significa o ser humano. Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações.

    No momento atual, a quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas – seu nome vem, de um projeto de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, que vem sendo desenvolvido desde 2013 para levar sua produção a uma total independência da obra humana. No Fórum Mundial de Davos, em janeiro deste ano, houve uma antecipação do que os acadêmicos mais entusiastas têm em mente quando discutem sobre a Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D. Todavia, estes avanços na tecnologia também simbolizam a parte mais controversa da quarta revolução: ela pode extinguir cinco milhões de vagas de trabalho nos 15 países mais industrializados do mundo. Como essas novas tecnologias irão influenciar as indústrias biotecnológicas? Qual o caminho das pesquisas acadêmicas para atender aos anseios dessas novas tecnologias?

    O Brasil se destaca como líder nos setores de agronegócios e de biocombustíveis e tem-se observado uma expansão em outras áreas que empregam processos biotecnológicos com relação à saúde humana e animal, ao desenvolvimento de novos produtos e ao meio ambiente, o que contribui para o crescimento econômico e social. Entretanto, essas empresas brasileiras ainda encontram-se dependentes de importações tanto para produção quanto para o desenvolvimento de tecnologia. Além disso, apresentam dificuldades no processo de internacionalização, precisando consolidar seu potencial de inserção na economia globalizada, que envolve o atendimento a certificações e registros internacionalmente exigidos, criação de competências tecnológicas, de inovação e de gestão e consolidação de marca de produto de qualidade, eficiência e segurança.

    Neste processo de globalização, em que ocorre uma rápida mudança na implementação de novos produtos, há a urgência de empresas não somente se reestruturarem de acordo com a perspectiva internacional integrada, mas também de definição de relações com firmas de diferentes países.

    Considerando como estratégia de se obter vantagem competitiva, a empresa deve alinhar esforços em suas competências e na busca de parcerias para complementar seus recursos. E com relação a essas parcerias, de que forma a tríplice “academia, governo e indústria” pode ser estruturada no delineamento deste paradigma de empreendedorismo?

    Referências

    ETZKOWITZ, H., WEBSTER, A., GEBHARDT, C., TERRA, B.R.C.. The future of the university and the university of the future: evolution of ivory tower to entrepreneurial paradigm. Research Policy 2000, 29, 313 – 330.

    JUDICE, V.M.M., SILVA, S.M., BAETA, A.M.C.. Inovação e internacionalização bioindustrial em Minas Gerais 2001-2004: Como potencializar oportunidades e avançar rumo a 2020? Cadernos EBAPE.BR . 2005, 1 – 17.

    FLEURY, A., FLEURY, M.T. Competitive strategies and core competencies: perspectives for the internationalisation of industry in Brazil. Integrated Manufacturing Systems. 2003, 14 (1),  16 – 25.RESENDE, V. The Biotechnology Market in Brazil. February. U.S. Department of Commerce, 2007. International Trade Administration – U.S. Commercial Service. 2012, 1 – 9.